On-Life ou On-Line

Estou on-Life!

Estou on-Line!

Vivemos em tempos em que parece que precisamos justificar por que não respondemos a uma mensagem rapidamente, não interagimos num post ou passamos MINUTOS longe do mundo digital. É como se sermos "invisíveis" online fosse mal-educado, e sentíssemos a obrigação de explicar porque estamos ausentes.

Sempre tive um certo distanciamento do mundo digital. Para mim, as ferramentas digitais são apenas meios para alcançar resultados, tanto pessoais quanto profissionais. Na verdade, sou uma entusiasta da Transformação Digital, justamente porque acredito que ela acelera processos e resultados. No entanto, seria hipocrisia dizer que não uso essas plataformas – afinal, tenho um blog, um site e contas nas redes sociais. Mas faço isso de forma controlada, com horários específicos no meu dia.

Lembro-me claramente do meu primeiro telemóvel, aos 15 anos. Eu deixava-o em qualquer lugar, porque sentia que "aquela coisa" era só mais uma maneira dos outros me controlarem (dá pra perceber o quanto valorizo minha liberdade, né? 😁). Esforcei-me até para gostar do famoso jogo Snake no Nokia 3310, mas, na verdade, nunca me senti parte desse universo digital. Isso foi nos anos 90, e naquela época, um telemóvel servia apenas para chamadas e mensagens. Nada comparado ao que temos hoje.

Desde o início, eu já sentia que não me encaixava totalmente nesse mundo digital. Tudo parecia forçado, como se a minha identidade não precisasse ser definida por um aparelho eletrônico. Hoje, percebo com clareza que o que eu realmente gosto é de estar On-Life – presente, a viver cada momento ao lado das pessoas que me são importantes. Claro, sou humana e também me perco nas redes de vez em quando, mas estabeleci regras que limitam meu uso, principalmente quando estou com a minha família. Tenho duas filhas pequenas, e nada se compara a aproveitar os sorrisos delas, as expressões faciais e os comentários engraçados, cheios de inocência.

As técnicas que uso para manter esse equilíbrio são conhecidas, mas não fáceis de implementar – especialmente para quem está viciado no digital. Elas podem parecer desafiadoras, como uma "ressaca digital", mas garanto que funcionam!

Vou partilhar três delas, que exigem uma verdadeira vontade de estar On-Life 😉.

1. Estabelecer horários: Tenha horários específicos para aceder às redes sociais durante o dia. Isso ajuda a controlar o tempo e manter o foco no que realmente importa.

1. Desativar notificações: Pode parecer radical, mas desativar todas as notificações muda completamente a forma como tu interages com o digital. Sem distrações constantes, ficas mais presente e produtivo.

1. Evite o telemovel na primeira e última hora do dia: Ao acordar, concentra-te nas suas rotinas matinais; antes de dormir, desconecta-te para garantir um sono tranquilo. Essas horas são preciosas para a mente.

Se estás muito apegado às redes sociais e encontras dificuldade em aplicar todas essas técnicas, começa devagar. Escolhe uma delas e implementa-a durante os próximos 30 dias. Quando te sentires confortável, adiciona outra que te faça sentido.

Hoje, estou focada em desenvolver meu negócio, e sim, preciso do mundo digital para isso. Mas tenho dois valores que às vezes entram em conflito com o digital: Liberdade e Privacidade. De um lado, o digital dá-me liberdade para trabalhar de onde e quando quiser. Mas, por outro lado, sinto que preciso me expor muito nas redes – partilhar a minha vida pessoal, a minha família – e isso faz-me sentir presa. É como abrir a porta para o mundo inteiro ver a minha vida, algo que não desejo. Este é um tema para outro artigo, mas a questão é: como encontrar o equilíbrio?

A palavra que me guia aqui é Ressignificar. Preciso ressignificar esses dois valores tão importantes para mim. Estar On-Life, para mim, significa estar presente, conectado com a vida real e com as pessoas ao meu redor. Estar On-Line é apenas uma ferramenta para impulsionar o meu projeto. Sim, talvez essa minha abordagem mais reservada acabe por atrasar o crescimento do meu projeto, mas prefiro aceitar essa consequência em vez de sacrificar minha liberdade e privacidade.

Então, eu escolho estar On-Life. E tu, o que escolhes?